sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

FATOS CONTEMPORÂNEOS DO EMISSÁRIO DO COMPERJ


No Brasil, temos a garantia de algumas palavras populares serem inseridas na norma gramatical vigente; prática ainda pouco vivenciada no diálogo dos grandes empreendimentos com a sociedade. E, como no dito popular: “quanto maior a altura, maior será o tombo”. E, se tratando de Comperj, quanto maior o empreendimento, maior será o impacto na região, sejam eles positivos ou negativos. E, pelo andar da ‘carruagem’ ou diria ainda da ‘carroça’, sem o planejamento necessário em Itaboraí, corremos o risco de cairmos do cavalo.

Era noite do dia 25 de janeiro de 2012, para alguns munícipes o ponto em discussão na Audiência Pública, em Itaboraí, era o Projeto do Emissário Terrestre e Submarino do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, uma tubulação, com um trecho em terra e outro no mar, a ser implantada para escoar (passar, fazer correr ou escorrer) efluente industrial tratado produzido no Comperj e descartá-lo em local, doravante ‘ambientalmente adequado’. Contextualizando, efluentes são geralmente, produtos líquidos ou gasosos, no caso em questão, produzidos por indústrias, que são lançados no meio ambiente. Com recomendações legais, de que sejam tratados, com um sistema de monitoramento confiável.

A população presente em tal ato, mal teve entendimento do que estava sendo apresentado bem ali, diante dos seus olhos. Muitos cidadãos e cidadãs compareceram, cansados de um dia de labuta, ou, no caso das donas de casa, que deixando seus afazeres adiantados, se fizeram presentes, buscando ouvir algo que de certa forma tivesse ligação com a sua rotina. E, como ouvinte, o ponto que foi entendido em unanimidade é de que haverá algum tubo ou canos levando alguma coisa para algum lugar.

Enquanto isso, no mesmo dia e mesmo horário, no município do Rio de Janeiro, um fato, aparentemente, sem elo com o debate da Audiência Pública em Itaboraí, assolava todo o país: prédios desabando no Centro da cidade metropolitana! No avançar das horas, contagem contra o tempo para resgatar pessoas com vida... Vida, vida... Vida!

Mais um pouco, as possíveis causas do caos: a declaração do CREA, de que estava tendo obras no terceiro e no nono andar do edifício Liberdade (até parece analogia à vida e à morte), localizado no Centro - RJ, com mais outros dois prédios. E, algumas horas adiante, a afirmação também do CREA, de que estas obras eram ilegais.

ILEGALIDADE: palavra em comum nos dois acontecimentos com semelhantes datas e horários, em municípios separados pela Baía de Guanabara. E, que o acaso, colocara separados nas linhas do tempo simbolicamente da Ponte Rio – Niterói, na contemporaneidade do antes e do depois.

Tal fato até seria cômico, se não fosse trágico.

Enquanto Agenda 21, se tratando de preservação da vida no planeta, nos resta aclamar que se torne público, e, em linguagem clara, todo o processo de legalidade de tão vultoso investimento na cidade de Itaboraí e demais empreendimentos subseqüentes, como no caso, o ainda em projeto, Emissário Terrestre e Submarino do Comperj. E, paralelamente, as estruturas necessárias, que possa assegurar o mínimo de riscos, principalmente à população em maior proximidade.

Preocupa-nos ainda mais, o silêncio do povo Itaboraiense diante de medonhos acontecimentos, como se num ato profético, assemelhando-se ao silêncio dos familiares das vítimas dos prédios desmoronados no Centro do Rio de Janeiro, diante de uma catástrofe; abrigados pela Câmara Municipal.

Que a pedra fundamental, que na ocasião do início das obras do Comperj o presidente Lula profetizou como sinal de progresso, seja o alicerce responsável por muitas novas vidas unidas às já existentes na cidade de Itaboraí, e, não venham se transformar em pedras de escombros e de tristezas.                                                      



Ivone Chaves de Oliveira

Coordenadora Geral do Fórum da Agenda 21 de Itaboraí

sábado, 14 de janeiro de 2012

O tema IMPACTO AMBIENTAL ganhou destaque neste sábado, na rádio Fluminense 540 AM, na mesa redonda do programa “Sua Cidade e Seus Valores” sob o comando do radialista Nelson Carneiro".


O tema IMPACTO AMBIENTAL ganhou destaque neste sábado, na rádio Fluminense 540 AM, sob o comando do radialista Nelson Carneiro.
Nelson alerta para a temática “retilinização do Rio Guaxindiba”, principal rio do município de São Gonçalo, com 29 km de extensão desde a sua nascente até a foz na Baía de Guanabara; que assim como os demais rios da região, vem sofrendo intenso processo de assoreamento e recebendo grande carga de esgoto doméstico.
Fato em destaque, é que além dos rios em São Gonçalo, o município contava também com três lagoas: Capote (Anaia), do Coelho e Boa vista. Que hoje não existem mais!
Comungando com a sua preocupação e presentes na referida programação, Ivone Chaves, educadora ambiental e atual Coordenadora Geral do Fórum da Agenda 21 de Itaboraí, e, Heleno Cruz, ambientalista e também membro do colegiado de coordenadores do mesmo fórum, esclarecem à população a preocupação planetária das Agendas 21, com berço na Rio 92 (ou Eco 92) e no seu papel principal: a promoção de políticas públicas, principalmente nas denominadas Agendas 21 Locais.
O programa deu-se de forma interativa, com participação dos ouvintes, em transversalidade a outras temáticas pertinentes principalmente nessa região do Leste das Bacias, contemplando as três principais cidades: Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, que coincidentemente (ou não) teve noticiado no jornal O Fluminense, 2002, a grave situação, em ocasião a significativa diminuição da vazão dos Rios Macacu e Guapiaçu, tendo o abastecimento de água reduzido e posteriormente interrompido, comprometendo o abastecimento de água de quase 2 milhões de pessoas das referidas cidades.
Ivone e Heleno destacam o notório saber das legislações ambientais que versam sobre a situação das Bacias hidrográficas, da preservação da Baía de Guanabara e outras mais que atentem para a preservação da vida, com ainda muito pouca praticidade cotidiana, e, paralelamente menos ainda difusão da educação ambiental às populações impactadas.
A quem se apodera se dê as respectivas responsabilidades: governo, empresas e sociedade civil, cada qual a sua parte, mediante a proporção de ações. Respondendo em concomitância às suas faltas e impactos negativos já ocasionados, com suas seqüentes leis compensatórias; tendo o mesmo grau de importância às Audiências Públicas!
Em tempo, com término nesta epígrafe, registre-se sobre a Audiência Pública pertinente ao Projeto do Emissário Submarino do Comperj, em Marica e Itaboraí, marcado pelo INEA/ IBAMA, ambos no horário das 19h, a saber:
  1. Dia 24/01/12, em Marica: CIEP Brizolão 391 – Prof. Robson Mendonça Lou, sito à Leito da Estrada de Ferro, nº 05, Inoã;
  2. Dia 25/01/12, em Itaboraí: CIEP Brizolão 129 – José Maria Nanci, sito à Av. Flávio Vasconcellos, sem nº. Venda das Pedras.
Ivone Chaves de Oliveira
Coordenadora Geral do Fórum da Agenda 21 de Itaboraí